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A energia gratuita que não pode deixar de aproveitar

A energia gratuita que não pode deixar de aproveitar

28/09/2021 por José Nunes

O Sol é responsável por toda a Vida na Terra, fornecendo uma enorme quantidade de energia que é entregue no nosso planeta sem recurso a nenhum intermediário e sem absolutamente nenhum custo associado, podendo ser transformada em energia elétrica ou, simplesmente, em calor. A quantidade de energia proveniente do Sol, e que atinge a Terra, representa cerca de 10 000 vezes a energia total utilizada no mundo. O recurso existe, está ao nosso alcance, só temos que aprender a utilizá-lo.

Portugal, pela sua maior proximidade do equador, é um dos países da Europa com maior disponibilidade de radiação solar. Comparando, por exemplo, o número anual de horas de sol médio em Portugal e na Alemanha conclui-se que, no primeiro atinge valores entre 2 200 e 3 000 horas enquanto no segundo, a variação é entre 1 200 e 1 700 horas. Em Portugal, nos edifícios de habitação, cerca de 80% das necessidades anuais de água quente sanitária (AQS) pode ser garantida por sistemas solares térmicos (SST), de acordo com dados da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Não acha uma excelente ideia aproveitar esta energia gratuita para produzir água quente, reduzir a sua fatura energética e, em simultâneo dar uma ajuda ao ambiente?

De acordo com o Observatório da Energia em Portugal, a produção de energia solar térmica, aumentou cerca de cinco vezes, entre 2005 e 2019, ou seja, muitos portugueses já estão a aproveitar este recurso que chega até nós de forma gratuita.

Claro que, para transformar a energia solar em calor é necessário dotar a sua casa de um ou mais coletores solares. Estes equipamentos são já conhecidos de todos nós, temo-los instalados nas coberturas das nossas casas, ou, pelo menos, já os vimos na cobertura do vizinho. O princípio de funcionamento dos coletores solares é simples. A radiação solar é coletada no painel negro onde está embebida uma rede de tubagem onde circula um fluído térmico, normalmente, água com um anticongelante (glicol). O calor captado é transportado para a água que, dependendo do uso, ou é acumulada num depósito ou utilizada no imediato. Este processo de captação de energia funciona mesmo em dias com pouca radiação solar e pode funcionar sem qualquer custo adicional associado.

Os SST são amplamente utilizados para fornecer AQS e, genericamente, utilizam-se dois tipos de sistemas: circulação natural (termossifão) ou circulação forçada.

O sistema termossifão é constituído por um ou dois coletores e um depósito de água localizado no ponto mais alto do coletor, baseando-se a circulação do fluído térmico apenas num movimento, designado por convecção natural. Este tipo de sistema é muito fácil de identificar porque o depósito está na cobertura, no topo dos coletores.

O sistema de circulação forçada é constituído, à escala de uma habitação, por um ou dois coletores e um depósito acumulação localizado num espaço interior. O fluido térmico circula da cobertura, onde estão os coletores, para o depósito, por ação de uma bomba de circulação. O depósito de água quente pode ter ligação a outras fontes de calor, tais como uma caldeira ou uma bomba de calor.

Atenção, para aproveitar esta energia renovável e gratuita que o sol nos fornece pode optar por diversas configurações de sistema, sendo que todas têm as suas vantagens e desvantagens. A escolha depende de muitos fatores pelo que, deverá sempre procurar a ajuda de projetistas e técnicos instaladores certificados.

Até 1 de julho deste ano, a instalação de sistemas solares térmicos eram uma imposição legal em Portugal. Na construção de qualquer novo edifício de habitação era obrigatório prever uma área de coletores solares adequada à tipologia do apartamento ou moradia. Caso o proprietário ou promotor preferissem colocar outro tipo de fonte de energia renovável tinha de comprovar, através do estudo levado a cabo pelo Perito Qualificado, que o contributo para o desempenho energético, refletido no Certificado Energético, era equivalente ao do SST e essa “nova” energia renovável só podia ser utilizada na preparação das AQS. Após 1 de julho, a obrigatoriedade legal desapareceu pelo que, apesar de todas as vantagens aqui enunciadas e do carácter gratuito deste tipo de fonte de energia renovável, é expectável que se verifique um decréscimo na área instalada de novos coletores solares, em Portugal, nos próximos anos.

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